O passado, embora por vezes obscuro e drasticamente sensacionalista, revela-se bastante acolhedor pois conhecemo-lo. Já viajámos pelas suas rotas e ondulámos nas suas brumas. Navegamos pelas repercussões das suas marés e enfrentamos todas as tempestades.
Hoje, somos a construção de, muito mais que a genética, tomadas e caminhos percorridos ontem. Jogamos todos os dias com os maiores valores que nos foram incutidos. Vivemo-los e aplicamo-los, inconscientes disso. Montamos um puzzle diário de emoções e decisões, escolhendo estrategicamente a posição de cada peça, cuidadosa e agilmente. Não há sins nem nãos. Ocasionalmente, encaixamos ao acaso, fechando os olhos a advertas consequências. Talvez veremos que o lugar de peça x não está correcto e que, enquanto a encaixávamos, não poucas vezes dispusemos de peças perdidas. Peças essas que, feliz ou infelizmente, tornam o nosso dia-a-dia mais que uma rotina, um universo do qual dispomos livremente.
O amanhã revela-se uma enorme incógnita, da qual temos um enorme medo acompanhado de curiosidade. Sonhamos com futuros dias e deparamo-nos com objectivos por alcançar. Quem disse que os sonhos eram domínio dos 7 sonos, perdera a vontade de viver pois são eles que aumentam a curiosidade de tal forma que trespasse o medo e nos deseje viver. Temos medos, sim. Receios que nos afligem pois por enquanto o futuro é tanto para nós. Não queremos desiludir-nos ao conhecê-lo e saber que certos desejos, aspirações, fantasias e objectivos foram abaixo. Abafados pelo incerto do amanhã. Algo é certo, temos a oportunidade de poder ter um amanhã, que se transformará em cores vivas e cheiros deliciosos, em que seremos felizes e completamos mais uma etapa do puzzle duma vida. Temos a via do negativismos em que prevemos dias chuvosos, de catástrofe e destruição, lágrima e desilusão... Mas porque não ser positivos?
João de Lalanda Frazão e Rita Miguel

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