Rita Miguel

Rita Miguel
O que dizem os teus olhos?!

terça-feira, 22 de março de 2011

O medo de amar

(...)
- Não consigo definir. É complexo demais. Olha-me nos olhos e perceberás...
- Pensas que quero perceber? Provar as tão famosas agonias? Sentir o desgosto de ser rejeitado? Escolho manter-me ignorante.
- Preciso que entendas. Como podes adjectivá-lo sem experimentar? Necessito demonstrá-lo e, aí, terás a capacidade de perceber do que falo. As tão famosas agonias não passam de meras borboletas.
- O medo apodera-se de mim. O meu corpo fica imóvel. Quero amar, mas recuso-me a tal. Se amar, traz sofrimento, significa que tu serias o meu sofrimento. Ideia irónica, não é?
- O medo é para os fracos. Caem na teia da segurança e prolongam-se na eternidade parados, cinzentos e ocos.
- Segurança sabe bem...
- Segurança sabe bem. É confortável. Porém, o amor retribuído é melhor. Queres ser inculto nesse conhecimento?
- Quem me garante um amor retribuido? Quem me dá certezas que irei ter momentos rosados e não cinzentos?
- Não é quem, é o quê. E dou-te a resposta: é isto.
*Beijo* (...)
"Neste quarto o tempo é medo e o medo faz-nos sós."


Nunca deixes que o medo te prive do sentimento mais nobre que existe.



Rita Miguel e  João de Lalanda Frazão

sexta-feira, 11 de março de 2011

Corrida da vida

  O dia de hoje é um turbilhão de confusão onde ninguém pára para dizer bom dia a quem quer que seja.
  Todos correm velozmente para conseguir realizar as mil e uma tarefas do dia, visto que este apenas dispõe de 24 horas.
  Eu fico aqui, sentada, e vejo o mundo correr à minha frente, pois hoje sou apenas uma mera espectadora atenta e não faço parte dos humanos atléticos, que tanto correm sem parar.
  A música paira no ar mas ninguém a escuta porque não há tempo.
  É hora de almoço, alguns tentam sentar-se por um pouco, e de uma garfada só engolem a dose que lhes pertence. Mas chega! Já passaram os 5 minutos que tinham na agenda intitulado como "Almoço"têm que voltar para os seus escritórios e preencher as pilhas de documentos que lhes fizeram chegar.
  Queriam parar para respirar fundo, mas não dá, pois a agenda está preenchida e não consta lá de nada parecido com "RESPIRAR", então têm que continuar, para conseguirem o produto final.
  Mas ... qual é o produto final?
  Uma casa espectacular, uma piscina enorme, o carro mais fantástico de sempre, o guarda-roupa que sempre desejaram e ... a solidão, pois não havia na agenda tempo disponível para amar e ser amado.

                  
    AGENDA A TUA VIDA E NÃO ESQUEÇAS DE AMAR O PRÓXIMO!

quinta-feira, 10 de março de 2011

desabrochar

Começa tudo bem pequeno e vai crescendo a passos largos, sem darmos conta. No meio de um piscar de olhos acontecem mil e uma coisas, e tu cresces de uma forma estonteante.
Quero estar atenta e a ver-te crescer, minha flor, e por isso vou permanecer para todo o sempre, aqui do teu lado.
Vou limpar o chão, sempre que uma das tuas pétalas caia; Vou regar-te para que desabroches com mais astúcia; Vou dar-te mimos para que tenhas um brilho diferente de todas as outras; Vou amar-te para sempre para ser feliz.
O percurso tem sido longo e eu quero prolongá-lo para todo o sempre, para que estejamos juntas, de mãos dadas, a enfrentar todas as passagens da vida.
O meu grande objectivo é fazer-te feliz e proteger-te de todos os ventos fortes que o inverno oferece e dos raios de sol que te irradiam em excesso no verão, por isso vou lutar com todas as  armas que tenho para continuar com o meu trabalho, só assim conseguirei sentir-me realizada.
O teu nome é Diana, e és a flor mais bonita de todos os jardins que eu conheço.



domingo, 6 de março de 2011

puzzle da vida - ontem, hoje e amanhã

  O passado, embora por vezes obscuro e drasticamente sensacionalista, revela-se bastante acolhedor pois conhecemo-lo. Já viajámos pelas suas rotas e ondulámos nas suas brumas. Navegamos pelas repercussões das suas marés e enfrentamos todas as tempestades.
Hoje, somos a construção de, muito mais que a genética, tomadas e caminhos percorridos ontem. Jogamos todos os dias com os maiores valores que nos foram incutidos. Vivemo-los e aplicamo-los, inconscientes disso. Montamos um puzzle diário de emoções e decisões, escolhendo estrategicamente a posição de cada peça, cuidadosa e agilmente. Não há sins nem nãos. Ocasionalmente, encaixamos ao acaso, fechando os olhos a advertas consequências. Talvez veremos que o lugar de peça x não está correcto e que, enquanto a encaixávamos, não poucas vezes dispusemos de peças perdidas. Peças essas que, feliz ou infelizmente, tornam o nosso dia-a-dia mais que uma rotina, um universo do qual dispomos livremente.
O amanhã revela-se uma enorme incógnita, da qual temos um enorme medo acompanhado de curiosidade. Sonhamos com futuros dias e deparamo-nos com objectivos por alcançar. Quem disse que os sonhos eram domínio dos 7 sonos, perdera a vontade de viver pois são eles que aumentam a curiosidade de tal forma que trespasse o medo e nos deseje viver. Temos medos, sim. Receios que nos afligem pois por enquanto o futuro é tanto para nós. Não queremos desiludir-nos ao conhecê-lo e saber que certos desejos, aspirações, fantasias e objectivos foram abaixo. Abafados pelo incerto do amanhã. Algo é certo, temos a oportunidade de poder ter um amanhã, que se transformará em cores vivas e cheiros deliciosos, em que seremos felizes e completamos mais uma etapa do puzzle duma vida. Temos a via do negativismos em que prevemos dias chuvosos, de catástrofe e destruição, lágrima e desilusão... Mas porque não ser positivos?

João de Lalanda Frazão e Rita Miguel