Rita Miguel

Rita Miguel
O que dizem os teus olhos?!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011




Já dizia alguém bem sábio, que pela minha vida passou, "vive um dia de cada vez"!
Todos os dias da minha vida, sem deixar de sonhar, como é natural, fui tentando meter em prática tal conselho. Vivendo sempre um dia de cada vez, sem fazer grandes planos, sem idealizar grandes momentos futuros. Pois se sonhar de uma forma desparatadamente grandiosa, mais tarde, caso tal não se sucedesse, iria sair muito mais magoada do que, sem contar, elas acabassem por acontecer e sejam até como um dia de sol no inverno, inesperado mas inteiramente bem recebido e de braços abertos. Por isso sonho, com regra e sabedoria, para não sair magoada um dia.
À medida que o tempo passa o meu "eu" vai-se transformando.
 Hoje sou o que sou, porque por aqui e ali passei, porque com este aquele me cruzei e porque isto e aquilo encontrei.
Estou decidida a pensar em mim, capaz de deixar os sentimentos de lado e não ver os "ses" nem os "mas" da questão. Quero voar para bem longe, viver uma primavera num país diferente, não ter medo e partir.
O mar trouxe-me em cada onda a força, por isso hoje estou mais forte e, sem grandes planos, mas com um desejo, continuando sempre a viver um dia de cada vez, "vou ser forte e vou-me erguer e ter coragem de querer, não ceder nem desistir!"

ao som de: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=lNXYFKeHJrA#!

terça-feira, 7 de junho de 2011


Olá.
O meu nome é Sosirros e tenho 13 anos.
Os meus pais morreram numa tragédia de avião, durante a lua de mel, cuja viagem eu também ia, na barriga da minha mãe. Conseguiram salvar-me!
Sou negro e vivo em Portugal.
A minha casa é a rua, é o mundo.
Alimento-me do que me dão na escola, durante o dia e à noite tenho a associação que me dá jantar e umas bolachas para mais tarde.
Lá posso lavar a minha roupa e tomar banho, só não posso dormir porque fecha.
Estou no 8º ano e tenho, o que aqui consideram ser boas notas.
Já me vieram buscar muitas vezes para eu ir para um colégio de meninos sem papás, mas eu fugi.
Lá davam-me castigos. Não podia comer, para pouparem e ao sábado era dia de os meninos "fecharem os olhos".
Pegavam-nos pela mão e levavam-nos para uns quartos escuros e faziam torturas que eu não gostava e me faziam chorar com as dores.
Agora acho que sei como se chama aquilo. a minha professora de ciências falou-nos disso na lição anterior. Está num tema chamado sexualidade, que eu ainda não domino porque me dá dores no coração cada vez que me lembro de como nos faziam.
Hoje encontrei um novo amigo e partilhei com ele o meu cartão. Lá na associação deram-me um cobertor, que me fez a mim e ao Gui, o meu novo amigo, ficarmos quentes na sua primeira noite na rua.
Ele tem 16 anos e fugiu de casa porque queria um novo jogo para a playstation e os pais não lhe deram. Disse-me que estaria ali para tudo o que ele precisasse. Mas de manhã quando acordei ele já não estava aqui. Apenas restava um bilhete que dizia: "Não aguentei o desconforto da rua e senti a falta do beijo de boa noite da minha mamã. Liguei-lhe e os meus pais vieram-me buscar. Obrigado por tudo! Gui "
Para mim tudo isto é já muito habitual e agradeço a Deus, todas as noites, tudo aquilo que me tem dado de fantástico na vida, porque sou sem duvida um grande felizardo.
Um dia vou ser doutor! Vou tratar todos os meninos e meninas que estiverem doentes e vou-lhes sempre dar o melhor remédio de todos: o meu nome do avesso!

Tal como o Sosirros, existem montes e montes de pessoas pelo mundo fora que não têm nada nem ninguém do seu lado e ainda assim têm sempre um sorriso para oferecer.
"É que um carinho às vezes cai bem" ...
Sorri e vive um dia feliz!


(ao som de: http://www.youtube.com/watch?v=IrzotY-UX4s&feature=related)


Rita Miguel 

sexta-feira, 6 de maio de 2011

páginas da vida



As incertezas e os medos estão presentes. Nem sempre tudo corre como tu querias, eu sei. Querias conseguir aprender com os erros, e tem acontecido em tudo ao longo da tua vida, menos nisto. Os livros continuam a querer fugir de ti. Continuas sem forças e determinação para lutar e vencer neste ramo.
Já aconteceu uma vez. Esperemos que não volte a acontecer.
Levanta-te, luta, nunca é tarde.
Compreendo o medo que trazes contigo, é gigantesco e não sabes explicar o porquê de não conseguires lutar mais e mais.
Aqui, és apenas uma pobre miúda sem forças.
Sabes a teoria, que é o futuro que está em jogo e que não estamos em tempos de brincadeiras. Mas depois, na hora certa, não surge o resultado pretendido.
Fecha os olhos e pede com força que te ajudem a conseguir vencer desta vez.
Vamos esperar que venças, atir, estou contigo.

domingo, 3 de abril de 2011

espelho|ohlepse

Um dia mudei aquilo que via no espelho.
Um dia passei a conseguir sorrir para o espelho. E nesse mesmo dia fiquei a perceber que o que mudou, não foi o que eu via no espelho, mas sim aquilo que não se via.
Fiquei a perceber que todo este tempo andei a ver bastante mal, ou a pensar bastante mal.
Quando o reflexo no espelho passou a ser outro, eu sei que o que mudou não foi a imagem que ele me dava para ver, mas sim aquilo que eu tinha na minha cabeça e me fazia ver o meu eu de uma forma diferente.
Eu continuava igual, talvez apenas um pouco maior, à medida que o tempo foi passando, mas aquilo que me fez deixar de ter medo do espelho foi a mudança de pensamento face a minha imagem.
Agora aceito-me da forma que sou e deixei de fazer comigo o que se faz com as uvas, para produzir o vinho (pisar).
Tenho a verdade constantemente na minha cabeça e não estou a achar que sou a maior, estou apenas achar que sou eu, da forma que sou, e que "se eu não gostar de mim, quem gostará?".
Hoje (presente), aprendi a gostar minimamente de mim e aprendi a seguir em frente, vivendo um dia de cada vez e deixando de lado as inseguranças sem sentido que me aprisionavam no escuro do meu quarto.
Hoje (presente) eu estou aqui e sou como sou, e vou tentar criar o melhor amanhã (futuro) que eu conseguir e se nem sempre conseguir vencendo, irei conseguir errando e aprendendo com isso mesmo.

terça-feira, 22 de março de 2011

O medo de amar

(...)
- Não consigo definir. É complexo demais. Olha-me nos olhos e perceberás...
- Pensas que quero perceber? Provar as tão famosas agonias? Sentir o desgosto de ser rejeitado? Escolho manter-me ignorante.
- Preciso que entendas. Como podes adjectivá-lo sem experimentar? Necessito demonstrá-lo e, aí, terás a capacidade de perceber do que falo. As tão famosas agonias não passam de meras borboletas.
- O medo apodera-se de mim. O meu corpo fica imóvel. Quero amar, mas recuso-me a tal. Se amar, traz sofrimento, significa que tu serias o meu sofrimento. Ideia irónica, não é?
- O medo é para os fracos. Caem na teia da segurança e prolongam-se na eternidade parados, cinzentos e ocos.
- Segurança sabe bem...
- Segurança sabe bem. É confortável. Porém, o amor retribuído é melhor. Queres ser inculto nesse conhecimento?
- Quem me garante um amor retribuido? Quem me dá certezas que irei ter momentos rosados e não cinzentos?
- Não é quem, é o quê. E dou-te a resposta: é isto.
*Beijo* (...)
"Neste quarto o tempo é medo e o medo faz-nos sós."


Nunca deixes que o medo te prive do sentimento mais nobre que existe.



Rita Miguel e  João de Lalanda Frazão

sexta-feira, 11 de março de 2011

Corrida da vida

  O dia de hoje é um turbilhão de confusão onde ninguém pára para dizer bom dia a quem quer que seja.
  Todos correm velozmente para conseguir realizar as mil e uma tarefas do dia, visto que este apenas dispõe de 24 horas.
  Eu fico aqui, sentada, e vejo o mundo correr à minha frente, pois hoje sou apenas uma mera espectadora atenta e não faço parte dos humanos atléticos, que tanto correm sem parar.
  A música paira no ar mas ninguém a escuta porque não há tempo.
  É hora de almoço, alguns tentam sentar-se por um pouco, e de uma garfada só engolem a dose que lhes pertence. Mas chega! Já passaram os 5 minutos que tinham na agenda intitulado como "Almoço"têm que voltar para os seus escritórios e preencher as pilhas de documentos que lhes fizeram chegar.
  Queriam parar para respirar fundo, mas não dá, pois a agenda está preenchida e não consta lá de nada parecido com "RESPIRAR", então têm que continuar, para conseguirem o produto final.
  Mas ... qual é o produto final?
  Uma casa espectacular, uma piscina enorme, o carro mais fantástico de sempre, o guarda-roupa que sempre desejaram e ... a solidão, pois não havia na agenda tempo disponível para amar e ser amado.

                  
    AGENDA A TUA VIDA E NÃO ESQUEÇAS DE AMAR O PRÓXIMO!

quinta-feira, 10 de março de 2011

desabrochar

Começa tudo bem pequeno e vai crescendo a passos largos, sem darmos conta. No meio de um piscar de olhos acontecem mil e uma coisas, e tu cresces de uma forma estonteante.
Quero estar atenta e a ver-te crescer, minha flor, e por isso vou permanecer para todo o sempre, aqui do teu lado.
Vou limpar o chão, sempre que uma das tuas pétalas caia; Vou regar-te para que desabroches com mais astúcia; Vou dar-te mimos para que tenhas um brilho diferente de todas as outras; Vou amar-te para sempre para ser feliz.
O percurso tem sido longo e eu quero prolongá-lo para todo o sempre, para que estejamos juntas, de mãos dadas, a enfrentar todas as passagens da vida.
O meu grande objectivo é fazer-te feliz e proteger-te de todos os ventos fortes que o inverno oferece e dos raios de sol que te irradiam em excesso no verão, por isso vou lutar com todas as  armas que tenho para continuar com o meu trabalho, só assim conseguirei sentir-me realizada.
O teu nome é Diana, e és a flor mais bonita de todos os jardins que eu conheço.